terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Rumas

 


Sonhos vividos 

alheios e públicos

filtrados pela vontade

de um outro convertido,

em SI para todos.


Somos tantos.TODO… 

sem tempos rígidos

além das três fronteiras

ou tantas mais.


Somos nomináveis

ou com nomes raros

impronunciáveis e raros

sem referências, AJUDA.


Fatos ainda narrados

por consciências outras

por seus tantos NETOS

partes participantes.


Longos caminhos

trilhados por outros

tantos quantos SOMOS

em nosso devir. 

sábado, 19 de setembro de 2020

InMaterial

Algumas coisas que se tornam vivas
com o apego que depositamos nelas,
como o que temos pelos animais.
Pequenos objetos se tornam desejo
do nosso desejo de ser o que se tem.

Adjetivamos objetos, abstraímos...
são coisas duras, mortas e frias
que amamos e nos unimos a estes
como se fossem nossas extensões
próteses, órteses.... Supra soma.

Em nossas coisas objetos
Perdidos em mares bermudos
Como quem não ama nadie
"morto caiu Ele na rua
e não tinha NADA, 
além de um punhal em seu peito".


terça-feira, 15 de setembro de 2020

O Jogo

De todos os jogos o pensar é o mais caro

entre todas as estratégias a espera alarga

o tempo de tudo e de todos é fluido e raro

o largo pensar, estratégia, encarece o tempo

tempo pedágio. Senhor do grande jogo, vida.

 

Encaro o jogo e ao pensar e secreto tempo

um tempo rarefeito a despeito do largo ócio

sem óbvio, nem árido espaço... apenas tempo

num mais tão pouco que menos parece ser

o parecer ser do ser, presente, engano claro.

 

Força forte feita fase á fase, estágios e mestres

lógica, lúdica, lúgubre, longe do mortalmente real

explosões, decapitações, blocos.... continue...

a virtualização do destemido e incansável guerreiro,

o não Eu herói. E sem tédio, sem ar, sem medo...

 

Não penso, creio mesmo não precisando crer,

que já pensaram meticulosamente por mim

com muitos zeros e uns... vários deles enfileirados

longas sequências de sins, nãos... sem talvezes

pra quê ser? Se mesmo ser já são por mim tão bem?

sábado, 20 de junho de 2020

A fábula da esperança



Diz-se numa antiga lenda de uma mística cidade
que um pequeno gesto se fez ao tempo.
Se é verdade ou mito, quem sabe?
Mas foi dito e repetido com tenacidade,
até que verdade ou crença verídica o fosse.

A fabulosa narrativa dizia de uma esperança
uma pequena esperança, leve e inocente,
de que as futuras paredes do templo trariam algo
algo que em tal remoto tempo, soava bom.

Esta sorte entretanto, como em todas as fábulas,
estava no erro, no não ser atendido o esperado
ELAS iam e vinham, em segredo buscar,
suas futuras clausuras e censuras.
Muitas tentaram e as que a sorte sorriu,
não lograram êxito, foi SORTE.

domingo, 5 de abril de 2020

Eis

Agir agora só
diante da ÁGORA tua
Ardil do TEMPO
Eis agora a ÁGORA

Todos vivem teu
teu refúgio, 
teu exílio, 
teu ser-se só.

Fortes motivos
como os teus
inexplicáveis...
Castelo sem fosso

Constelações frias
estudos, ciências...
e desculpas tantas
como as tuas...

Explica algo 
agora ÁGORA.
Algo  de antes, novo.
Age agora, hábil tu.

Expõe, explora
explica, exala...
Infinitos dias
infinitos agoras.

Eis tu!
Experiente tu.
Outros vivem
teu pesadelo agora .

Não temas!
Experiente tu.
Impõe respeito
Eis todos!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Pré destino


Núvens escuras em dia de sol
lama do fundo rio, Nanã.
Massa disforme em vida
minerais, sais, metano…

O TODO esplica o tudo
não todos, mas boa parte.
Somos vida e potência.
Vontade, volição e espanto.

Núvens escuras em fim de seca
rega o solo rachado
e faz-se rio corrente
e assim tão logo seremos
ou não seremos.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Disse...

"Nasci numa pequena cidade e nela vivi boa parte de minha vida. 

Eu via o mundo muito maior que as gerações seguintes o via. Lembro das viagens de negócios do meu pai á capital... 

Era uma grande aventura, parecia muito mais distante do que as atuais duas ou três horas de carro. 

E a mim soava como as viagens dos livros e filmes que vi em minha pequena cidade.

Os anos se passaram e por motivos que são comuns á diversas culturas e situações sociais, políticas...

Em busca de melhorias na qualidade de vida tive que sair se minha pequena cidade. Inicialmente para outras pequenas cidades, conhecendo assim,  muitos lugares. 

Não por turismo, simplesmente por ter que viver a mesma ou uma diferente vida em outras cidades.

Aos poucos fui percebendo o mundo como um espaço muito menor, não que seja ruim imaginar que o mundo seja pequeno, mas percebi que quase todos os lugares são possíveis de se ir, basta que tenhamos um bom motivo. 

Por muitas vezes me senti no mesmo lugar, não apenas pela saudade da vida anterior mas por achar que o meu lugar era o mundo que eu podia ver com os olhos, entretanto a vida e as circunstâncias foram me provando quanto  é o mundo poderia ser maior e mesmo com tantas andanças vi que sempre encontramos mundos ainda não vistos e inexplorados.

Ainda há uma outra coisa que me fez apreciar ainda mais minhas andanças... 

Além das paisagens das coisas que podemos ver e tudo que a novidade de estar em outro lugar nos proporciona, ainda tem a curiosa transformação que passamos em diferentes lugares, somos diferentes em lugares diferentes e ainda bem que isso acontece.

Certo dia uma senhora religiosa de uma religião que acredita em predestinações ou coisas assim me disse que as características de sorte, azar, karma... 

Tudo isso muda em terras diferentes. Ela foi enfática ao me dizer que não sofremos as mesmas interferências e  fiquei com aquela impressão muito forte em mim

Hoje sento nesta varanda e reflito tudo que vi e o que ainda hei de ver, ainda há tempo , vontade e meios de conhecer muitos mundos mais para diminuir as distâncias e viver todas as possibilidades de vidas que ainda não pude saborear com todos os meus sentidos."